domingo, 11 de outubro de 2009

Correr salvou a minha vida

Daniele Seiss, jornalista do "Washington Post", sofria de depressão frave desde a infância. Num relato emocionante, publicado no jornal em primeira pessoa (www.washintonpost.com), ela conta como as longas caminhadas e a corrida a salvaram da depressão, depois que remédios e terapia falharam. "Eu nem sei dizerao certo quando os pensamentos sombrios começaram a tomar conta da minha vida. Mas eu me lembro, quando tinha apenas 6 anos, que chorava todos os dias. Eu não dormia a noite. E quando dormia, eu tinha pesadelos. Eu parei de comer", escreve Daniele. Na época, ela conta, em meados dos anos 70, o pediatra tentou tratá-la com analgésicos. Um pouco mais tarde, ela tentou a terapia, e tampouco teve sucesso com a abordagem de longo prazo. Daniele ja estava na casa dos 20 anos quando começou a fazer longas caminhadas (longas mesmo, de pelo menos 40 quilometros) que mudariam sua vida. O efeito, ela conta, foi imediato e muito intenso, a ponto de todos a sua volta notarem a mudança. Aos poucos ela começou a correr e, hoje, é maratonista. Mas todas as vezes que, por circunstâncias da vida, teve de deixar de lado o exercício, a depressão voltou a se instalar com severidade. Não se trata de um caso isolado. Cada vez mais estudos vem comprovando que o exercício aeróbico intenso provoca alterações significativas no cérebro, entre elas a produção de novos neurônios, com efeitos comprovados para depressão, similares aos medicamentos de última geração. O exercício intenso induz a produçao de hormônios como a endorfina e a prolactina, que exercem a função de calmantes naturais no cérebro, reduzindo a resposta ao estresse. Isso faz com que as pessoas que se exercitam regularmente se sintam, normalmente, mais relaxadas e menos ansiosas.

(deu no o globo de 27/09/2009)

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